Poemas Pequenos

O homem não sabe mais que os outros animais

O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não.

Que é que eu faço

"Que é que eu faço, é de noite
e eu estou viva. Estar viva
está me matando aos poucos,
e eu estou toda alerta no escuro"

Na véspera de não partir nunca

Na véspera de não partir nunca, ao menos não há que se arrumar malas
Fernando Pessoa

Se me abandonar

Se me abandonar, ainda vivo um pouco, o tempo que um passarinho fica no ar sem bater asas, depois caio, caio e morro.

Quando eu ficava sozinha

Quando eu ficava sozinha, não havia uma queda, havia apenas um grau a menos daquilo que eu era com os outros, e isso sempre foi a minha natureza e a minha saúde.

De nada sei

De nada sei. Que se há de fazer com a verdade de que todo mundo é um pouco triste e um pouco só.

Sou vulnerável às menores bobagens

Sou vulnerável às menores bobagens, às mínimas palavras ditas, a olhares até, e sobretudo, a imaginações.

Antes

Antes, todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm.
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.

Permitia-se um pouco de equilíbrio como uma trégua, mas que o tédio logo invadia. Até que, na vontade mórbida de novamente sofrer, adensava esse tédio, transformava-o em angústia.

Permitia-se um pouco de equilíbrio como uma trégua, mas que o tédio logo invadia. Até que, na vontade mórbida de novamente sofrer, adensava esse tédio, transformava-o em angústia.
( em "A Bela e…

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Pelas roupas rasgadas mostram-se os vícios menores

Pelas roupas rasgadas mostram-se os vícios menores: / as vestes de cerimónia e as peles escondem todos eles.

Amor é quando é concedido participar um pouco mais

Amor é quando é concedido participar um pouco mais.
Amor é a grande desilusão de tudo mais.
Amor é finalmente a pobreza.
Amor é não ter inclusive amor.
É a desilusão do que se …

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Eu não caibo no estreito

Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Pouco não me serve, médio não me satisfaz, metades nunca foram meu forte!

O silêncio é o mais perfeito arauto da felicidade

O silêncio é o mais perfeito arauto da felicidade. Eu estaria pouco feliz se pudesse dizer o quanto.

Pedem-me pouco

"Pedem-me pouco, pedem-me quase nada. O terrível é que eu tenho muito para dar e tenho que engolir esse muito e ainda por cima dizer com delicadeza : obrigada por receberem de mim um pouquinho de mim."

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Baste a quem baste o que lhe basta

Baste a quem baste o que lhe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta;
Ter é tardar.