Frases de Manoel de Barros

Enxergar as coisas

Só quem está em estado de palavra pode enxergar as coisas sem feitio.

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Sol

Sol, s.m.
Quem tira a roupa da manhã e acende o mar.

Meditei sobre as borboletas

Meditei sobre as borboletas. (…) Vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras, sem magoar as próprias asas.

Agora não quero saber de mais nada

Agora não quero saber de mais nada, só quero aperfeiçoar o que não sei.

Quando o mundo abandonar o meu olho

Quando o mundo abandonar o meu olho.
Quando o meu olho furado de beleza for esquecido pelo mundo.
Que hei de fazer.

Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho 1

Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho
1 abridor de amanhecer
1 prego que farfalha
1 encolhedor de rios
1 esticador de horizontes

Coisa que não acaba no mundo

Coisa que não acaba no mundo é gente besta e pau seco.

Palavras me acham

Onde eu não estou, as palavras me acham.

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Quando as aves falam com as pedras

Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.

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Um fim de mar colore os horizontes

Um fim de mar colore os horizontes.

Sou mais a palavra ao ponto de entulho

Sou mais a palavra ao ponto de entulho.
Amo arrastar algumas no caco de vidro,
envergá-las pro chão, corrompê-las, -
até que padeçam de mim e me sujem de branco.

Para entender nós temos dois caminhos

“Para entender nós temos dois caminhos: o da sensibilidade que é o entendimento do corpo; e o da inteligência que é o entendimento do espírito.
Eu escrevo com o corpo.
Poesia não é para co…

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Ninguém é pai de um poema sem morrer

Ninguém é pai de um poema sem morrer.

Minha independência

A minha independência tem algemas.

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Sou hoje um caçador de achadouros da infância

Sou hoje um caçador de achadouros da infância.
Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos.