Frases de Ferreira Gullar

E são coisas vivas as palavras e vibram da

E são coisas vivas as palavras
e vibram da alegria do corpo que as gritou
têm mesmo o seu perfume, o gosto
da carne
que nunca se entrega realmente
nem na cama
senão…

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Os homens

Os homens, embora sejam iguais em direito, não o são em qualidades. […] Se a sociedade não pode ser completamente justa, pode ser menos desigual. A solução para vivermos juntos é sermos tolerante a op…

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Uma parte de mim é só vertigem

Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem.

Não posso defender um regime (*) sob o qual eu não gostaria de viver.

Não posso defender um regime (*) sob o qual eu não gostaria de viver.
(*) cubano

OFF PRICE

OFF PRICE
Que a sorte me livre do mercado
e que me deixe
continuar fazendo (sem o saber)
fora de esquema
meu poema
inesperado
e que eu possa
cada vez ma…

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Você percebe quando o poema está bem escrito

Você percebe quando o poema está bem escrito, mas não é poesia.

Não posso admirar um país (*) do qual eu não possa sair na hora que quiser.

Não posso admirar um país (*) do qual eu não possa sair na hora que quiser.
(*) Cuba

Como dois e dois são quatro Sei que a

Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena

O que o poeta quer dizer no discurso não

O que o poeta quer dizer
no discurso não cabe
e se o diz é pra saber
o que ainda não sabe.

Uma parte de mim é multidão

Uma parte de mim é multidão, outra parte estranheza e solidão

Tenho que baixar a voz Porque

Tenho que baixar a voz
Porque,
Se falo alto,
Não me escuto

Os mortos

Os mortos
os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos
eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
certas sinfonias
algum bater de portas,
ventanias
Ausent…

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Em face da imprevisibilidade da vida

Em face da imprevisibilidade da vida, inventamos Deus, que nos protege da bala perdida.

Em busca de soluções

Em busca de soluções, o homem inventou deus, que é a resposta para as perguntas sem respostas.

Houve uma época em que eu pensava que

Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam.