Frases de Manoel de Barros

As folhas das árvores servem para nos ensinar a cair sem alardes

As folhas das árvores servem para nos ensinar a cair sem alardes.

Enxergar as coisas

Só quem está em estado de palavra pode enxergar as coisas sem feitio.

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Me explica por que que um olhar de

Me explica por que que um olhar de piedade
Cravado na condição humana
Não brilha mais que anúncio luminoso?

Escrever nem uma coisa Nem outra - A fim de dizer todas - Ou, pelo menos, nenhumas.

Escrever nem uma coisa
Nem outra -
A fim de dizer todas -
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.

Me procurei a vida inteira e não me

Me procurei a vida inteira e não me achei - pelo que fui salvo.

Ando muito completo de vazios

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o …

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Sou hoje um caçador de achadouros da infância

Sou hoje um caçador de achadouros da infância.
Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos.

que a importância de uma coisa não se

…que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.

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Meu fado é de não entender quase tudo

Meu fado é de não entender quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.

Meditei sobre as borboletas

Meditei sobre as borboletas. (…) Vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras, sem magoar as próprias asas.

A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, (…Continue Lendo…)

"… poesia pra mim é a loucura das palavras, é o delírio verbal, a ressonância das letras e o ilogismo.
Sempre achei que atrás da voz dos poetas moram crianças, bêbados, psicóticos. Sem eles a li…

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Eu via a natureza como quem a veste

Eu via a natureza como quem a veste.
Eu me fechava com espumas.

Para entender nós temos dois caminhos

“Para entender nós temos dois caminhos: o da sensibilidade que é o entendimento do corpo; e o da inteligência que é o entendimento do espírito.
Eu escrevo com o corpo.
Poesia não é para co…

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Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes

Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim es…

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