O dedo bate na corda do violão
O dedo bate na corda do violão,
bate uma saudade!
As mãos batem no tambor,
bate uma solidão!
Estou no som da dor,
não há lamento no silêncio.
Coração por que me i…

O tronco de concreto
O tronco de concreto,
sem frutos, sem folhas,
a luz esconde
a liberdade,
não tem asas,
para o sol visto
de outro horizonte.

Solto a vida pela janela
Solto a vida pela janela.
Fiel como trilho e o trem.
Corro descalço
a caminho de ferro.
Os pés suados,
empanados de terra,
e as unhas de fora.

O amor errante pode voltar a qualquer instante
O amor errante
pode voltar
a qualquer instante,
porque quem
não mata saudade
morre distante!

A infância vai
A infância vai, a criança senil fica,
ao menos farto de anos,
comemoro os melhores dias nesta vida,
até que eu pisque um olho, acordado,
quem é já nasce pronto!

Reflexão que volta na triste visão da memória
Reflexão que volta
na triste visão
da memória.

O meu avô deixou para o meu pai
O meu avô deixou para o meu pai,
o meu pai deixou para mim,
deixarei para os meus filhos e netos.
A felicidade é um bem constante
A felicidade é um bem constante,
com você a todo instante,
dentro de cada momento,
que deixa passar, sem aproveitar,
em pensar não ser importante,
vai sem dizer, tente pe…

De volta
De volta, encontro
declarações de momentos,
tristeza desfeita,
alegria espalhada,
o céu do avesso.

Duas poesias no café da manhã
Duas poesias no café da manhã,
no almoço três a quatro,
converso com os versos,
pelo resto da tarde,
por toda a noite,
infinitamente pela vida…

Era uma tarde como esta
Era uma tarde como esta.
O vento brando
beija meu rosto esmaecido.
Namoro o inverno
na entrada da estação;
entre o trem e a plataforma,
ouço Bolero de Ravel

Depois que a face envelhece
Depois que a face envelhece,
ela volta a escrever:
Contos para a juventude.

A infância não sobrevive no tempo
A infância não sobrevive no tempo,
somente assombra na lembrança.

Pitágoras me empresta uma máscara
Pitágoras me empresta uma máscara,
para que eu possa conquistar um amor
somente com o poder das palavras.

Calma filha
Calma filha, não chore, ele volta!
Por romance, ou por revolta, ele volta!
A pé, ou de carona de carroça, ele volta!