Convulsão

Convulsão
Apenas mais um momento
O coração dispara
Tropeçando em seu próprio ritmo
Descompensado e fraco
Cansado de sustentar todo o corpo
O cérebro lutando lança impulsos
De mais ou menos, não sei
Só precisa de oxígenio
A visão fica turva e as estrelas piscam
A boca perde sua doçura e amarga como fel
O rosto adormece e formigas percorrem seu perímetro
Os sentidos pouco a pouco perdem seu compasso
As mãos na tentativa de serem fortes, endurecem
O estomago liberta as borboletas
Os musculos teimosos e resistentes
Criam espasmos rebeldes
As pernas perdem a sua força
E só resta deixar a gravidade agir
O chão gelado acolhe
Danço em sua superfície
Demonstrando a vulnerabilidade
Que de pouco a pouco se esvai
E assim, os olhos se abrem
Um sorriso doloroso se abre
E basta