Voz Cala-te, mas que não seja demasiado, para não perderes o uso da voz.

Voz
Cala-te, mas que não seja demasiado,
para não perderes o uso da voz.

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Autor: Carlos Drummond de Andrade Categoria: Poemas Pequenos Carlos Drummond

RECOMENDAÇÃO

RECOMENDAÇÃO
Neste botânico setembro,
que pelo menos você plante
com eufórica
emoção ecológica
num pote de plástico
uma flor de retórica.

Mundo vasto mundo, meu coração não é maior que o mundo. Nele nem cabem as minhas dores. O vasto mundo, o vasto e triste coração.

Cão
Rendo homenagem ao cão; ele late melhor do que eu.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Ressentimento do mundo
Enquanto no mundo tem gente pensando
que sabe muito,
eu apenas sinto.
Muito.

Eu não quero palavras e nem insinuaçoes, porque palavras se vão ao vento, e insinuaçoes se acaba com o tempo.
Eu quero atitudes.