O amor chegou em uma tarde de inverso — ou era primavera
O amor chegou em uma tarde de inverso — ou era primavera! Não me lembro bem.
Aqui no espaço a gente não tem muita noção de calendário.
Ele chegou e foi se assentando perto da lareira.
Perguntou-me se já o conhecia pessoalmente ou só tinha ouvido falar.
Respondi que algum tempo atrás eu o tinha visto de longe.
— Foi rápido — disse.
Você sorriu para mim e passou como um vendaval.
Falei ainda que aquele sorriso havia me provocado um turbilhão de pensamentos e que imediatamente cai doente de paixão por uma pessoa que sorria igual.
E que até guerra eu havia declarado por aquela paixão.
O amor me olhou com cara de quem não gostou do que tinha ouvido.
Seria ciúmes da paixão ou realmente o amor era da paz? Aí eu disse para ele ficar tranquilo porque isso já fazia tempo e eu tinha me curado da cegueira da paixão.
— Ainda bem — disse ele se ajeitando próximo ao fogo.
E de olhos cansados, ainda sorriu lindamente: — É porque sou muito ciumento, se é isso que você quer ouvir.
E adoro guerras também…
Percebi que o Amor também tinha senso de humor.
Não era aquele sentimento chato que eu achava que conhecia.
Era tímido.
Educado.
Distraído, mas de uma inteligência de outro mundo.
Falava doce e de vez em quando, gargalhava-se, trazendo todas as estrelas para dentro de seu olhar.
Ficou a tarde toda comigo conversando, sorrindo e dizendo poesia.
Isso mesmo, o amor só fala em poesia.
Leandro Flores
Julho de 2013
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