Necessitando pensar
Necessitando pensar, pensei que é esquisito este costume de viverem os machos apartados das fêmeas.
Quando se entendem, quase sempre são levados por motivos que se referem ao sexo.
Vem daí talvez a malícia excessiva que há em torno de coisas feitas inocentemente.
Dirijo-me a uma senhora, e ela se encolhe e se arrepia toda.
Se não se encolhe nem se arrepia, um sujeito que está de fora jura que há safadeza no caso.
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"Nunca presto atenção nas coisas, não sei para que diabo quero olhos. Trancado num quarto, sapecando as pestanas em cima de um livro, como sou vaidoso, como sou besta! ”
( em 'Angústia', 1936.)
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