Única

Era sábado a noite.
Eu precisava sair, então vesti uma camiseta qualquer, uma bermuda e um tênis, sem muita formalidade, precisava de um lugar para me distrair, mas tinha que ser um lugar que não me lembrasse dela.
Ao chegar no ponto de ônibus, avistei uma garota que, sério cara, se eu não a conhecesse a tanto tempo, jurava que era irmã gêmea daquela que eu queria esquecer, meu coração apertou, ela não usava as roupas no mesmo estilo, mas os olhos, o sorriso, o cabelo, eram idênticos.
E para não ter que olhá-la por mais tempo, entrei no primeiro ônibus que passou, fui para a área mais badalada da cidade.
Entrei em um bar.
Cheguei no balcão e disse: Eu quero a bebida mais forte que você tiver aí.
Antes de conhecê-la, eu bebia muito, mas ela foi me tirando dessa vida de “alcoólico”, por isso eu queria beber, porque ela não gostava, e queria provar que quem mandava na porra da minha vida era eu.
Uma garota bebia do meu lado, senti que ela também não estava bem, conversamos um pouco, ela estava triste, pois tinha sido traída e sem pensar muito me beijou.
Por um momento eu quis que fosse a outra, isso aquela que me fez sair de casa para tentar esquecê-la, eu sei que a garota traída também não pensou em mim enquanto me beijava, então ficamos quites.
Saí de lá caminhei até a praia, não tava bêbado como queria, pois ainda lembrava dela, sentei na areia e fiquei observando o mar, eram quase 5hs e o sol já estava nascendo.
Ali sentado, refleti.
Nada do que fiz para esquecê-la foi bem sucedido.
Bebi, dancei, conheci novas garotas, bebi mais, bebi pra caralho e nada, nada me fez tirá-la da minha mente, pois ela não está só na minha mente, mas sim está alojada no meu coração.
Não me adianta fazer loucuras, procurar em outras algum traço dela.
Posso encontrar alguém com o perfume, a roupa, as manias dela, mas nunca será ela.
Ela é única, ela foi, é, e sempre será a mulher da minha vida.