~ Soneto 53 ~
~ Soneto 53 ~
De que substância foste modelado,
Se com mil vultos o teu vulto medes?
Tantas sombras difundes, enfeixado
Num ser que as prende, e a todas sobre excedes;
Adônis mesmo segue o teu modelo
Em vã, esmaecida imitação;
A face helênica onde pousa o belo
Ganhou em ti maior coloração;
A primavera é cópia desta forma,
A plenitude és tu, em que consiste
O ver que toda graça se transforma
No teu reflexo em tudo quanto existe:
Qualquer beleza externa te revela
Que a alma fiel em ti acha mais bela.
Mensagens Relacionadas

Se eu te pudesse dizer O que nunca te direi
Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei.
Nunca sei como é que se pode achar um poente triste. Só se é por um poente não ter uma madrugada. Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?
Nunca sei como é que se pode achar um poente triste.
Só se é por um poente não ter uma madrugada.
Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?
( Alberto Caeiro …
Há um grande cansaço na alma do meu coração
Há um grande cansaço na alma do meu coração. Entristece-me quem eu nunca fui, e não sei que espécie de saudades é a lembrança que tenho dele. Caí contra as esperanças e as certezas, com os poentes tod…
#espiritual#fernandopessoa#grandeza#pessoa#famosos#conhecidos#escritores#poemas#cansaco#fernando
Na véspera de não partir nunca
Na véspera de não partir nunca, ao menos não há que se arrumar malas
Fernando Pessoa
Nunca a alheia vontade
Nunca a alheia vontade, inda que grata,
Cumpras por própria. Manda no que fazes,
Nem de ti mesmo servo.
Ninguém te dá quem és. Nada te mude.
Teu íntimo destino involuntário
(…Continue Lendo…)
Nunca supus que isto que chamam morte Tivesse qualquer espécie de sentido… Cada um de nós, aqui aparecido, Onde manda a lei e a falsa sorte,
Nunca supus que isto que chamam morte
Tivesse qualquer espécie de sentido…
Cada um de nós, aqui aparecido,
Onde manda a lei e a falsa sorte,
Tem só uma demora de passagem
…