Piso o creme polar da estrela com meus lábios e encontro
Piso o creme
polar da estrela
com meus lábios
e encontro o manejo
das novas músicas à chuva
que me guiarão
ao significado
de ser-se maestro
Nem sequer me ocorre a ideia de cerrar os olhos e não rodopiar veemente com a INFELICIDADE
Nem
sequer
me
ocorre
a
ideia
de
cerrar
os
olhos
e
não
rodopiar
veemente
com
a
INFELICIDADE.
Talvez…
A escada estremece
A escada estremece, os náuticos sinos no quebra-mar arrefecem,
o nevado sol ingere cintilados humanos olhos, e a PAIXÃO aparece.
quanto menos sangrar da metal matéria mais intervalos componho
quanto menos sangrar da metal matéria mais
intervalos componho nas constelações com a etérea
maneira felicitar.
Balanço-me feito túnica de cortinas a cordas de violino
Balanço-me feito túnica
de cortinas a cordas de violino a estalar,
marco o compasso entre véus a sopros de flauta
e nesses púdicos lugares eternizo-me dançarino.
Ouço cântaros a darem gargalhadas enquanto anéis em ruído
Ouço cântaros a darem gargalhadas enquanto anéis
em ruído fincam-se nos violinos calados. Nada
real acentuará ser isto, lógico que a poeira que
piso desamarrará tal malha com isco. A…
ainda quebras o cheiro das plantas apaixonantes
ainda quebras o cheiro
das plantas apaixonantes
desdobrei-as no martírio
como envenenamento da minha triste escrita
olhei-me sob o deserto silêncio azul-esmalte
à procura…
E lá me passeio no frémito ferido pelos redutores picos da
E lá me passeio
no frémito ferido
pelos redutores
picos da Saudade! quem é ela?
A Saudade?
É a fusão da compaixão com o ardor da
intrépida dor
Pus-me em cima duma coagulada faca p’la ideia
Pus-me em cima duma coagulada faca p’la ideia de
colher a verdade p’ra lá da aberta janela em que
a voragem colhe comigo os mimos dum fatal paraíso
tropical.
Ora bem
Ora bem, uma agulha encalhada num viciante
arbusto no momento em que vai começar a cair
representa nada mais que psicológicas represálias
em guerra com as aveludadas lagoas coladas a…
Visto-me na colónia do medo porque já nada sei
Visto-me na colónia do medo
porque já nada sei ser senão medo desmembrado
com a sensação presa de me aprofundar
num remoinho golpeante
p’los vidros em derramamentos que me toca…
Dá-me os teus pés dancemos abertos ao meio no dorso
Dá-me os teus pés
dancemos abertos ao meio
no dorso da incrível lua estelar
até nos imaginarmos
ofegantes projécteis a derreter
de lábios entupidos
doidos e doidos …
O vale sacode nuvens ao sol de teus
O vale sacode nuvens ao sol de teus olhos
A floresta deflagra exibidas criaturas
O pasto afia lápis nos felpudos repolhos
As corolas sábias fazem-se linguarudas
trouxe-te comigo na lembrança que tenho sempre por abrir
trouxe-te comigo
na lembrança
que tenho sempre
por abrir
A minha cabeça pensa em todas as cabeças
A minha cabeça pensa em todas as cabeças é sombriamente
todas as outras cabeças, entranham-se, entram umas nas
outras, na minha! – inquieto-me, estremeço, esmago-me,
imortalizo-me to…