Um mover de olhos, brando e piedoso, Sem ver de quê; um riso brando e honesto, Quase forçado; um doce e humilde gesto, De qualquer alegria duvidoso;
Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;
Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;
Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste formosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.
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Se noutro corpo uma alma se traspassa,
Não como quis Pitágoras, na morte,
Mas como quer Amor, na vida escassa…
154 Mas eu que falo
154 Mas eu que falo, humilde, baixo e rudo,
De vós não conhecido nem sonhado?
Da boca dos pequenos sei, contudo,
Que o louvor sai às vezes acabado.
Nem me falta na vida honesto…
Endechas a Bárbara escrava
Endechas a Bárbara escrava
Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
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Prometeis
Prometeis, e não cumpris?
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Não sois bem aconselhada;
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Verdes são os campos
Verdes são os campos,
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É covardia ser leão entre ovelhas
É covardia ser leão entre ovelhas.
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