Um mover de olhos, brando e piedoso, Sem ver de quê; um riso brando e honesto, Quase forçado; um doce e humilde gesto, De qualquer alegria duvidoso;
Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;
Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;
Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste formosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.
Mensagens Relacionadas

E aqueles que por obras valerosas Se vão da
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

O amor é uma dor que desatina sem doer
O amor é uma dor que desatina sem doer.
#sonetos#luis#luisdecamoes#doer#dor#desatina#amor#camoes
Se noutro corpo uma alma se traspassa
Se noutro corpo uma alma se traspassa,
Não como quis Pitágoras, na morte,
Mas como quer Amor, na vida escassa…
No mundo quis um tempo que se achasse o bem que por acerto ou sorte vinha; e, por experimentar que dita tinha, quis que a Fortuna em mim se experimentasse.
No mundo quis um tempo que se achasse
o bem que por acerto ou sorte vinha;
e, por experimentar que dita tinha,
quis que a Fortuna em mim se experimentasse.
Mas por que meu dest…

Estando em terra
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
que em mil anos não posso achar um'hora.