A história está perdida
A história está perdida.
Os contos foram queimados pelos olhos de ciganas dissimuladas e de seus respectivos acompanhantes covardes.
A casa de Maria está sem reboco ainda hoje, e a arma de José sem balas desde ontem.
Maria se põe a frente do marido ao dar preferência a reforma da casa, diz ela que porque em tudo José vem antes à lembrança.
As prostitutas lembram antes de José, os convites vêm apenas a José, e o mesmo sempre tem a janta no prato, a água na guela e o dinheiro no bolso, tudo por conta de Maria, que o vê primeiro.
Maria, Mariazinha, nunca é vista.
Mas Maria, Mariazinha, tem o coração gigante, bem grande e não mutante.
Ela, que muito boba de nascença, vai amar José para sempre.
Irá amá-lo, respeitá-lo, e ser submissa eternamente aquela barba grossa e cocerenta que ele carrega com um tipo asqueroso de orgulho bobo.
Maria, que é só “Maria”, devia ser “Maria das Dores” ou “Maria das Graças”, talvez ambos, porque não, então? É que além dela ainda não nasceu ninguém que agradecesse de tanta dor funda e desgraça.
Maria lava, varre e passa.
Vê e faz-se de cega, e parece que também limpa camisas sem economizar água, pois as camisas de José sempre acabam sendo limpas apenas pela água da torneira, mesmo tendo disponível água natural, corriqueira, e até temperada, com um pouco de sal que se visto com bondade, compõe uma água ensaboada.
Ela sofre calada para não apanhar, e coloca cebola em todas as comidas não apenas pelo sabor.
O sabor é amargo e doloroso, uniforme e costumeiro, e seu coração está podre até a última camada.
Certo dia, Maria não viu uma camisa com marca de adultério, ela viu a mesma sendo marcada; ela não ouviu boatos sobre a infidelidade de José, ela viu a história acontecer, digamos que de um jeito que a faria, ao tentar, contá-la sem pausas; ela não utilizou cebolas como encoberta para seu choro, ela desabou e desmanchou-se em mágoa.
José não a viu, os fofoqueiros não a viram, e a senhorita também não… O mundo se escondeu de quem precisava de um colo, coragem e uma casa.
Mas o senhor sentiu o buraco, ouviu o estrondo, e o batom confundiu-se com outro vermelho, porque não, então?
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