Enterrei mais coisas nessa vida que um filhote de cachorro
Enterrei mais coisas nessa vida
que um filhote de cachorro
Nesse cemitério deserto,
uma pausa para respirar.
Olho em volta,
um sem número de covas abertas,
muita lama e poças de chuva,
e nenhum guarda para me parar.
O fato, amigo, é que enterrei mais coisas nessa vida
que um filhote de cachorro.
Talvez por herança genética,
de velhos lobos hoje tão non sense,
mas ainda assim,
um filhote histérico,
bobo,
desesperado
e nem por isso inocente.
Respiro fundo.
Tomo um gole antes de recomeçar
e dou uma boa olhada em volta.
Sei que o que é morto deve ficar morto,
mas é preciso
quando enterramos errado,
sem partes,
ou varremos dormindo e não falecido
pra debaixo do tapete,
de bruços ou sem pontos finais,
sem lápides ou fortes trancas nos caixões.
E como em uma gincana de crianças
onde achar uma pista leva a outra,
cada cova que eu abro
me leva exaustivamente a uma diferente
que ainda preciso abrir.
A garoa fina desce pelo rosto,
tomo coragem,
ergo a pá com um brinde
e vou para a cova seguinte.
"-Mais uma rodada?",
o barman pergunta.
"-Espero que a última…",
respondo com os olhos.
Pois esse cemitério que carrego
precisa dar descanso
a esse coveiro cansado
de enterrar erros
e fraquezas
e desculpas
e pesos
e medos.
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